quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Um desencontro encontrado




“Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei o barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora como música.”


Antoine de Saint-Exupéry



De onde vem essa repentina admiração tão perene? De onde vem essa sensação de poema permanente? De onde vem esse bem-querer assim tão fácil, assim tão fluido, assim tão puro.

Um desencontro encontrado. Escancaradas entre o disponível e o indisponível. A constância e a inconstância. Uma sincronicidade paradoxal.

Olha!!!Eu desculpo a sua covardia visceralmente humana. Paixão não é ciência, paixão é um encontro de almas em estado de poesia .

As nossas verdades estão nesses delírios desencontrados, nesses pronomes possessivos que me arrepiam dos pés a cabeça.Obrigada por ter sofrido e continuar a viver assim tão docemente.

Às vezes o amor quer ferir, e se cura doendo. Se você souber ler nas minhas entrelinhas, entenderás um pouco mais de mim. Leia-me suavemente, porque também sou feita de delicadezas. Leia-me nervosamente pois meu corpo precisa de um pouco de desordem.Por fim leia também os meus olhos, porque eles dizem muito do que eu quero e não devo. E não se esqueça de mandar lembranças ao nosso nascer do sol, as nossas bolhas de sabão e as nossas madrugadas cheias de estrelas. Porque absolutamente tudo agora em mim é urgência.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Samba e outras delicadezas



"Tem mais samba no encontro que na espera
Tem mais samba o perdão que a despedida
Tem mais samba no pranto de quem vê
Que o bom samba não tem lugar nem hora
O coração de fora
Samba sem querer
Vem que passa
Teu sofrer
Se todo mundo sambasse
Seria tão fácil viver"


Chico Buarque



Enquanto houver amor, poesia, saudades, paixões magoadas e bares onde afogar essas mágoas, haverá samba. Conversa de cordas, cadencia maliciosa, musicalidade visceral .

Sobre a mesa cinzeiros cheios e garrafas vazias. Desencontros , afinando sensibilidades.Entre cordas dedilhadas, a elegância moral do Pixinguinha, o lirismo sacana do Cartola e a simplicidade rebuscada do Adoniram Barbosa.

Acho que o samba acontece antes de chegar ao papel. Caótico, distraído, perigosamente despreocupado.Pedacinhos de cotidiano traduzidos por acordes ritmados. A vida batucando delicadezas em todo lugar.

Clarissa Perna

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Chama-te a viver. Um ensaio sobre o calendário, a esperança e a poesia!!!


http://www.youtube.com/watch?v=mwLBz9kH_j4
( Canção Do Amor Que Chegou- Vinicius de Moraes ) escutem!!!


Abençoado seja o inventor do calendário e a sua brilhante ideia de apelida-lo de ESPERANÇA. A intensidade da ocasião em uma folha de papel.

Nesse novo ano sugiro-lhes pés descalços, brisa de mar, fim de tarde sem relógio.Desejos supridos com mais tempo. Há de por leveza nessa alma. Sentirás eternidades de puro orgasmo.Sentirás tão breve, tão borboleta.

Pra trás, os pretéritos imperfeitos. Novas escolhas, novos arrepios, novos olhares, novos sentimentos, aquele descanso na loucura. Sem frases cortadas. Sem censura. Sem traumas. Sem dramas. Sem dores.

Corpo e alma. Às vezes, mais corpo, mais vísceras, mais excitação, noutras mais calma, mais sim, mais sol, mais simples. Chama-te a viver que nesse instante nosso tempo é poesia.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Sobre intensidades, masoquismos e desencontros


"Acho que algumas pessoas se apaixonam é pelo desencontro, pela poesia sobre aquele amor que nunca foi correspondido ou que não deu certo."

Marla de Queiroz



Li, reli, “treli” essa frase... Será mesmo que gostamos do incerto, do desequilíbrio, da incompatibilidade de cromossomos?

Muitas paixões só existem pela espera do primeiro desencontro ou pela esperança de um recomeço. Encontros repletos de improvisos e ausências. Somos um tanto masoquistas, revestimos de inércia as nossas vontades. Talvez a maior batalha moderna seja entre o não poder e o querer.

Uma amiga, vivendo dias de música desesperada e em repetição me disse: “Tem coisa mais segura do que viver o que queremos dentro de nossas mentes, sem o risco de nos machucarmos? Quer comodismo maior do que o do ser sofrível, aquele que vive por um problema?

Sei que gostar é conforto, é um afago aos corações mais carentes. Gostamos do forasteiro, do que não é propriedade nossa, pelo simples prazer que o sofrimento nos trás.

Estende esse coração ao sol menina, que é de luz que ele vive. Que ninguém implore afeto.Que os nossos ensaios diários sejam repletos de intensidade e poesia.

Sejamos então comprometidos com o amor-próprio. Gostando você ou não, onde há entrega, o encontro já vem com o mínimo de compromisso.

Clarissa Perna


domingo, 23 de outubro de 2011

Sejamos VERÃO então..


Os dias ultimamente tem andado tão retrovisor em dia de trânsito lento. Um sublime estado de calmaria que acontece entre uma história e outra. Um jeito torto de continuar, mais eficiente, mais cômodo.

São as leis do amor, o que se pode fazer? Falta de afinidade é independência. Por isso tanta desculpa esfarrapada, tantas relações café com leite. Sou daquelas pessoas que precisam de sentido, uma conversa precisa significar algo, além do caos, do silêncio e dos gestos. Esse é o espírito. Pense em trocar idéias além de fluídos corporais. No mais, tudo se conecta, encaixa, desliza.

Honestamente, quanto a mim, da voz rouca, da garrafa de conhaque barato e onde o amor perfeito é só nome de flor, escolho não morrer na impermanência. Tenho olhos nus, contudo preservo uma armadura na alma.Desassossego conquistado à duras penas.

Escolho na medida do impossível apenas uns casinhos sem importância, degustados sem anestesia. É por demais reconfortante, coisa que alivia minha culpa sempre que preciso. Relacionar-se é como a passagem das estações do ano, tem sempre um verão chegando para enxugar as lágrimas do inverno que passou. Sejamos VERÃO então...

Clarissa Perna

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Nudez




Encontro-me crua, despida, nua;
Resiliência, fome, altivez;
O quereres de uma "querencia" viva;
Antônimos de uma única vez.

Os tempos são de cólera;
Malemolência, mulata, embriaguez;
Ao revés, dois corpos ao sol, alento no relento;
Sertão, raiz, fogo, instinto, aridez.

Céu do Norte, lampejos de lucidez;
Jaz um coração aos trancos, talvez?
Embrião da terra, seca, escassez;
Amor de Caatinga, tesão de Cerrado,
âmago dilacerado, dança dos rios, NUDEZ!

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Ah, se eu fosse Marinheiro!!!!






Sabem, no meu dicionário poético, marinheiro tem a seguinte definição:Ser Humano, desprovido de apego, viajante do mundo (interior e exterior), descobridor de mares inabitáveis, de detalhes mínimos, de culturas diversas e de pessoas únicas. Dotado de vários amores ao longo da vida, e de uma capacidade quase mutante de recriar-se dia após dia.

Indivíduo que trabalha somente com as virtudes das milhares de porções de terra cercadas de água por todos os lados, ou para os mais românticos, os milhares de pedaços de carne cercados de artérias por todos os lados.

Criatura mágica, que acorda todos os dias repetindo incansavelmente o mantra: DESBRAVAR, CONHECER E PERMITIR-SE. Desbravar, deixando-se fluir para descobrir as vontades da Lua e os caprichos do Sol. Conhecer, transmitindo um pouco de si e ganhando em troca 10 vezes mais. Permitir-se, doando-se para a vida e deixando o futuro a cargo do destino.

Sejamos todo dia um pouco marinheiros meus caros!!! Ergam as âncoras, remem forte, bem forte, pois as correntezas diárias podem ser devastadoras.Com bênçãos de ternura e sem bússolas,desejo que os vossos barcos sigam a placidez do horizonte, colecionando céus estrelados e dias de verão.

E mais tardar quando Deus desejar, ancorem em um porto qualquer, distribuindo CORAGEM E DESAPEGO, para que a amargura, a descrença e o apego de algumas pessoas não tornem-as mortas em vida.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Feito de Graça




Ando avessamente crescida sabe? Doer e doar. O Coração virou mar das próprias limitações .A gente fica adulto demais às vezes, trocamos lindos diálogos com bolhas de sabão, por horas engarrafadas...de carros, de amores, de sentimentos. Tudo transitando no vácuo.

Que a serenidade seja o limite do ego e que me envolva num hipnótico efeito de fé, exorcizando todas as minhas certezas.

Perdoo tudo por uma incontrolável vontade de ser leve. Obrigada meu Deus pela graça, essa mesma encontrada “tão de graça.”

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Raízes da Moral!




Hoje, na aula de ética, deparei-me com a seguinte questão: Até onde vai a ética nas relações humanas e na relação cliente/advogado? Seria a ética mãe da moral ou vice versa?

Quem dera a vida e os conceitos fossem lineares assim. Vivemos em processo de lapidação, imersos na era da cegueira moral, da perda da consciência de humanidade. Lucidez mascarada! Todos nós (me incluo na afirmação), assistindo aos noticiários e vendo atrocidades cometidas por criminosos (estupro, homicídios torpes, pedófilos) , julgamos os defensores dos mesmos como antiéticos e imorais.

Creio que cabe ao advogado, firmado em princípios éticos, escolher defender alguém ou não.Escolhendo defender, que não ultrapasse os limites do bom senso comum, direcionando respostas, mascarando verdades, procurando brechas na lei para libertar o acusado.

A educação de valores éticos é em si mesma, um Direito Humano. Talvez haja muita acidez na vida de patronato, contudo a ampla defesa e o contraditório devem ser assegurados. Advogar requer responsabilidade e competência para o exercício sublime das funções.Defender um “criminoso”, não significa ratificar ou concordar com o ato que o mesmo cometeu .Também não basta uma aceitação superficial dos direitos constitucionais assegurados por eles. Nós seres humanos, estudantes de direito precisamos compreender que não se trata de mais um marginal social, e sim de um ser passível de recuperação ou ressocialização, com possibilidade de que sua pena seja atenuada, de que as aberrações jurídicas em seu processo sejam sanadas, que atos arbitrários contra o mesmo sejam passiveis de defesa.


Sei que aos vinte e três anos de idade o mundo não é meu e não posso moldá-lo ao meu gosto. Proponho então um compromisso com a verdade, isso não quer dizer pré-julgamentos. Antes de vítimas da mídia sejamos profissionais, desses que defendem o direito constitucional de liberdade e não dos que compactuam com o criminoso. É como se um animal demarcasse um terreno, a sua ética deve andar junto com você, chegar antes nos lugares onde você entrar, assim as ofertas imorais, os desvios de conduta não te afetarão, os que ali posteriormente pisarem saberão que naquele terreno só germinarão plantas enraizadas de preceitos morais.



segunda-feira, 25 de julho de 2011

Paralelepípedos de Vida



Andando e pisoteando na maturidade propagada pelas redes sociais, constantemente vejo um “avatar” querendo aparecer mais que o outro; ou é carência crônica ou é síndrome de reality show.. Nada no mundo orna com esse tipo de gente.

Somos todos vulneráveis. Somos e ponto. Seres falíveis. Cheios de crendices, simpatias, métodos alternativos. Sinceramente ando cansada e com preguiça dessa competição de quem é mais “foda”, e com verdadeira repulsa dos que se fazem de vítima. Difícil isolar coração e razão, afastar as agonias. O principal fica sempre ali protegido, entre parênteses.


Ignore as dores simplesmente! Busque nas prateleiras sociais, coisas leves, que tenham gosto de poesia distraída. Sem controle, sem ordens, sem sufoco, sem perder a mão nas escolhas, sincericídio às vezes faz mal.


Já não há necessidade de urgência, de tempos em tempos a vida mostra a sua face mais bonita. Atravesse a porta e encare os medos. Importe-se menos. Fuja dos clichês...É essencial não ofuscar o brilho dos afetos, contudo tente equilibrar-se nesses inconstantes paralelepípedos de vida.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Amigos de Vento !




Daqui, vejo um aquário, cheio de espécies interessantes, exóticas....Interação instantânea, lanço mão da minha rede “social”, e pesco, pesco e pesco...amigos. Seres iluminados, possuem luz própria, cada um com um tom. Cheiro de mar, fisionomia de pôr do sol e essência de brisa.

Causa e efeito, quando crianças, os meus amigos estavam dispostos a brincar e a brigar toda hora , sem culpa, sem falta de tempo, sem cabeça cheia, sem preconceito. O vento que venta aqui é o mesmo que venta lá, trazendo a adolescência “furacão”.Fase das mais bonitas , onde amigos vem como chuva, pingando por todo o caminho, adubando o terreno para vida adulta.

Ninguém é reciclável, alguns foram outros voltaram ! A maré subiu e veio a fase adulta com toda a sua plenitude. Fase de quebrar o aquário, de viver todos os dias como o último, de fazer tatuagem, de ter e perder amores, e levar bronca por isso, de refinar os gostos musicais, dos porres inesquecíveis.Tempo de apertar os laços afrouxados pelo cotidiano.

Hoje reconheço e tenho devoção aos que realmente amo, mesmo sabendo o quanto mudei, principalmente pelo respeito as diferenças e imperfeições. Aos amigos de longe, aos amigos de perto, aos amigos virtuais, aos amigos de passagem e aos amigos que estão por vir, OBRIGADA. Agradeço pelos ombros, pelos cuidados, pelas brigas.

Minha gratidão por abrirem meus olhos quando fico cega, de serem palavra quando emudeço, por serem sol nos meus dias de chuva. Amém meus moinhos de vento, agora estou alçando vôos maiores. Coisa típica de gente grande né? Amadurecei com vocês e agora sou pipa, dessas que voam, voam, voam, alto bem alto, mas quando puxadas voltam, cheias de saudade e transbordando amor.


Clarissa Perna

terça-feira, 12 de julho de 2011

Exceções Cotidianas


Uma rede de ilusões, encontros, desencontros, chegadas, transgressões e despedidas. Seres humanos vivendo como reticências.

Gente procurando calma em meio ao turbilhão urbano, defendendo generosidades recíprocas,reclamando em nome alheio, mas mantendo a própria vida em total desordem.Todos psicodependentes de finais felizes,com necessidades de doses diárias de manhãs de verão . Pseudo-santos que precisam agradar a todos, mesmo que no final saiam como os mais prejudicados.

Tão dessemelhantes! Tente ser letra maiúscula e ponto final pro seu texto diário. Eu mesma alforriei-me faz tempo. Hoje escolho com quem vou sair, a música que faz carinho aos meu ouvidos. Dei-me a oportunidade de selecionar as cores e os tons que quero para a minha poesia diária! Ora manhãs de bossa nova , ora noites de um breu almodoviano.

Ocioso acaso! Encontro-me fatalmente atraída pelas frases curtas, que assim coloquialmente usadas, dão um ar de coisa trabalhada.Nem são... Essas exceções de cotidiano, sabem? Pois é, são essas que eu coleciono.Triste mesmo é viver sendo vírgula, para as frases dos outros.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Súplica em cordel




No interior do meu cerrado.
Grito de vida embriagado
Corpo sucumbindo à nostalgia do sertão,
no entardecer de um ribeirinho sem chão.

Doces retinas de afeto empoeiradas
Orvalhos de uma seca pró dor
Fragmentos inimagináveis de risos contidos
De um enredo pré-moldado,
antecipando os acasos de amor.

Na velha súplica sertaneja amante do descaso.
Sublime morena do passo apressado,
Maria Bonita dos cordéis apaixonados.
Clichês sertanejos de poeira e instinto.
No tom da zabumba gargalhando o infinito.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Amém.Muito Além..






Aos questionamentos, problemas intermináveis, excessos, desejos impublicáveis! Ao trânsito às vezes congestionado, ao jeito torto de lidar com o imediato, a bagunça interior ponte de descoberta todos os dias, meu muito obrigada.

Um brinde, feito com a cerveja mais gelada, aquela lá do fundo , aos mergulhos de cabeça nas paixões que não chegaram a virar amor, ao café bem quente com jornal de todo dia , as tempestades que trazem calmaria, as indecisões momentâneas e as instabilidades eternas.


Meu amém a falta de tolerância com aqueles que não acrescentam, as irrefutáveis convicções que de tão convictas foram mudadas, as obrigações cotidianas, que se não fossem obrigações seriam tão mais gostosas,as pitadas de excesso nos dias mais intensos, o cotidiano despretensioso, a falta de calmaria e a ausência de perfeição

A minha gratidão a cada palavrão dito nos dias de desapontamento, a coragem que as vezes falha, mas ta sempre ali quando preciso, esperando o primeiro gole para aparecer, as idas ao fundo do poço, e as molas la encontradas, trazendo-me muito mais confiante ao topo.


Que venham as incertezas, os dias de ansiedade (quase todos), as noites embriagadas e as manhãs de excesso. Que sejam eternas as entrelinhas, o que foi durante será inconstante. Por isso delirantemente ajoelho e agradeço. Amém.Muito Além...

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Aurora "Bohial" !!!!!!

http://www.youtube.com/watch?v=M-J_2vD6wwQ&feature=relmfu (escute pra ler)


Festa.Sábado.Noite.Bebida...E começa mais uma vez a ciranda de sentimentos cariocas.Esconderijo de almas , de desejos, de solidão ,de tesão.Estoque abarrotado de sutileza , danças e gestos preparados para serem expostos nessa vitrine de madrugadas.

Desculpas inventadas, encontros marcados, cheiro de mar, corpos a mostra.Corações amparados de audácia , arrancando movimentos calculados pelas batidas das pick ups, alternando arritmias e congestões .

Gestos desajeitados, expectativas de beijo , de brisa, de bar .Aquela obrigação repudiada pela razão de que sábado a noite tudo pode mudar....a começar pelas pessoas, pelas semanas, pelos trabalhos, pela vida.

Felicidades compartilhadas , gente consumindo gente, com todas as delicadezas da palavra.Consumo exacerbado de amor, de movimentos, esperanças, olhares...Prevaricação de virtudes, um culto a beleza de todos os jeitos de todas as caras .Energia doce.

Embora concorde com o Caio, quando diz que existe sempre alguma coisa que falta,nessa noite de loucuras “bohiais” , tudo aconteceu cronometradamente na hora que tinha que acontecer.Bendita seja a aurora dessas noites.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Um Mundo Encantado de Intolerância




Vejo tanta gente em passos de mudança , imersos na famosa teoria de que a vida é cíclica,mudando constantemente as necessidades e os sonhos.As opiniões mudam o tempo todo, hoje romance depois sexo , amanha sutileza depois extravagância. Sentidos brutalmente distorcidos, a loucura estranhamente resistindo ao caos.

Vivemos a misteriosa era da intolerância, cheia de relações escritas em linhas tortas, textos imersos em reticências. Meus caros, onde esta a economia nos clichês? Tudo é precipitado demais, muitas conclusões, muitas pré-conceituações, uma ditadura mascarada por Bolsonaros e Paloccis , transformando milhares de relações sociais em meras estatísticas .

Essa é a minha versão desse trânsito caótico de sentimentos, o show recém está começando, a vida meus amigos é uma metáfora a ser desvendada todo dia, deixando a convivência mais tentadora, mais charmosa, mais irresistível.

E quanto a vocês reis da intolerância, não entrem nessa história regressiva isso é incompetência de vida. A convivência sadia não cresce e nem se desenvolve onde as terras não são firmes nem férteis.

Despertem nos outros, sentimentos de vida, de acolhimento ou terão que padecer mais uma vez dessa atual asfixia por abandono.A manhã seguinte sempre chega ,os amores adoecem e morrem, existe perda, desencanto, rejeição .Mais não vamos hesitar! Necessário mesmo é ensaiar todos os dias a arte da convivência, com doses extras de aceitação e tolerância.

sábado, 4 de junho de 2011

Doce Solidão






Chuva de sol, tempestade mansa ao longe, meu calendário saindo do tom, antes pensamento de brisa, agora coração de tufão. Depois do desengano, venho tentando o equilíbrio cego com a solidão, em meio a propagandas reticentes de amores perfeitos.

Cambaleando num tempo em que todo amor é eterno, sem brigas, sem comodismo sem marasmo.Fruto dessa ambição desumana, uma espécie de mania de eternidade. São juras de amor, cartas nunca lidas,propagandas de margarina, alicerces desses castelos encantados que a gente tem mania de construir.


Ouça bem, jogue no seu baú, aquele gosto de desejo bom, o amor bandido... Vamos desconstruir esses castelos, pulando todas as etapas da razão. E quanto a você solidão, não me empreste a ninguém.Gosto desses momentos sem cobranças, sem freios, sem amarras , na contramão dos sonhos alheios.Anda tudo sereno e no mesmo tom.Adeus ao que restou dos sentimentos de auto destruição , das bossas sem melodia e dos julgamento precipitados.


Venha comigo saudar o sol que vem vindo, limpando as magoas, cuidando dos excessos,da dor simples e apertada ,trazendo aceitação .E nesse meu coração, além do mundo e de algumas constelações,sobrou a vontade de ser chuva e molhar os corações incendiados de amar errado, perpetuando as maravilhas de se fazer só.... “solidão, foge que eu te encontro que eu já tenho asa..”*


*Esse Marcelo Camelo sabe das coisas...referência a música Doce Solidão..

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Aprendiz de Borboleta


Faz um tempo que eu andava matutando sobre a vida...seus ciclos..suas mudanças ,seus devaneios.Sabe aquela coisa de papo de bar que no final sempre acaba no mesmo assunto?Com as mesmas perguntas? Coisas do tipo: “E agora o que eu vou ser?;O que eu faço da vida?.Todos esperando desesperadamente uma resposta pra confortar o coração.Amigos de todos os tipos, todos os sexos,todas as orientações e com as mesmas duvidas em relação ao futuro.Uns com faculdade terminada, outros tantos com emprego certo mas insatisfeitos, e todos portando aquela já conhecida dor do crescimento .

Ofereço uma cerveja pra cativar e depois de um porre mais que sincero, surgem instáveis e precipitadas conclusões.“Cumprir todas as regras tornaria a vida tão chata”,dizem uns... ”Eu não sou ansioso, as coisas acontecem quando tem que acontecer”, afirmam outros ...todos sem exceção vivendo aquela mentirinha gostosa de quem tem que começar a andar com as próprias pernas.Sempre saio desses encontros com a certeza de que por dentro todo ser humano é igual: impaciente, sonhador, iludido..

Em meio a mais uma rodada, surgem os exemplos dos amigos vitoriosos que logo tornaram-se “estáveis”.Mais sabe da verdade? Tenho admiração mesmo é por aqueles correm o risco, os que quando não estão satisfeitos encerram os ciclos, os que escolhem seguir um caminho mais difícil mesmo com a desaprovação de todos a sua volta. Sou apaixonada por essa insanidade humana, porque nem eu nem vocês somos os mesmos de antes. O mundo muda, as pessoas mudam, mesmo que não sejam repletas de verdade. Necessário mesmo é amputar os sentimentos negativos e assim justificar as ausências, as saudades, as noites de estudo, os dias de trabalho..

Dia seguinte a esses encontros, acordo com o ânimo renovado de quem acha que viver vale à pena. Que reclama dos problemas, mas entende que a vida é feita deles. Esse tipo de experiência que faz a gente acreditar , que somos todos casulos em vida, e temos a possibilidade diária de virarmos borboletas ...daquelas lindas , brilhantes e livres..

Para os amigos que padecem dessa angustia diária, só resta vos dizer...que tenham, dentro de si, um elenco de coadjuvantes e atores principais , contracenando diariamente com os seus medos.E que tenham sempre fé..nas pessoas , em nós mesmos; na nossa capacidade.Concluímos esses nossos encontros e desencontros, com a vontade de que o barco fique mais leve , que o vento bata mais vezes no rosto , e que tenhamos animo pra acordar e tentar fazer tudo sistematicamente por mais um dia.

E dessa forma digo-lhes de pés descalços, com toque de intuição e em tom de doçura, que vai dar certo, que vai ser doce, que a pressa as vezes é inimiga, e que mesmo assim sejamos só por hoje aprendizes de borboleta , daquelas que eclodem, mudam, nascem...não interessando o porque da metamorfose, simplesmente aceitando e agradecendo!!


Beijos amigos lindos e que essas palavras sejam um conforto aqueles dias onde tudo parece não ter solução!!
Ass: Aprendiz de Borboleta