quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Sobre intensidades, masoquismos e desencontros


"Acho que algumas pessoas se apaixonam é pelo desencontro, pela poesia sobre aquele amor que nunca foi correspondido ou que não deu certo."

Marla de Queiroz



Li, reli, “treli” essa frase... Será mesmo que gostamos do incerto, do desequilíbrio, da incompatibilidade de cromossomos?

Muitas paixões só existem pela espera do primeiro desencontro ou pela esperança de um recomeço. Encontros repletos de improvisos e ausências. Somos um tanto masoquistas, revestimos de inércia as nossas vontades. Talvez a maior batalha moderna seja entre o não poder e o querer.

Uma amiga, vivendo dias de música desesperada e em repetição me disse: “Tem coisa mais segura do que viver o que queremos dentro de nossas mentes, sem o risco de nos machucarmos? Quer comodismo maior do que o do ser sofrível, aquele que vive por um problema?

Sei que gostar é conforto, é um afago aos corações mais carentes. Gostamos do forasteiro, do que não é propriedade nossa, pelo simples prazer que o sofrimento nos trás.

Estende esse coração ao sol menina, que é de luz que ele vive. Que ninguém implore afeto.Que os nossos ensaios diários sejam repletos de intensidade e poesia.

Sejamos então comprometidos com o amor-próprio. Gostando você ou não, onde há entrega, o encontro já vem com o mínimo de compromisso.

Clarissa Perna


Um comentário:

  1. "Somos um tanto masoquistas, revestimos de inércia as nossas vontades." PQP... FODA!! Ficou muito bom amiga!! Posta sempre seus textos pra eu poder ler! BJ

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