domingo, 7 de novembro de 2010

O sistema gente




Temos uma genialidade para a vida, imaginando aquela velha premissa da fragilidade humana;de que somos pequenos, somos fracos diante dessa imensidão de terra ,de água e de idéias... Hoje, ao fim de muito tempo, consegui começar a soltar algumas das palavras presas.


Nem eu sei que verdade será a minha amanhã ... Cresce uma tal necessidade de reinventar ..renascer .. aceitando uma nova realidade.. uma nova contrariedade..O bom disso tudo é que temos a capacidade de sobreviver e se adaptar....Eu mesma tenho estrutura de vila do interior, com aquele bucólico frescor interiorano.

Minhas necessidades tem o peso de mil palavras; ]Uma miscelânea de batida de coração com fogos de artifício,se é que me entendem. Sabe aquela delícia de papo solto, de dias e noites sem pressa , de gente se conhecendo pelo nome , tarde de verão, andar descalça, de escutar um blues, na altura certa: o suficiente pra ouvir sem abafar o som do mar, encontro de amigos, geladas e grandes conversas sobre coisa nenhuma – a síntese dos meus maiores anseios.

A vida segue um rumo meio torto ,tal qual folha a mercê do vento,ora na direção da alegria, ora na direção do caos..Mais do meu livre arbítrio eu não abro mão , vem dele o anarquismo vital, onde eu sou dona das minhas decisões, criando o meu sistema,o sistema gente, nem petista, nem pmdebista.Esse é o meu partido, eu gosto é de gente,com todas as delicadezas envolvidas.




sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Paranóias delirantes




Eis-me num bar qualquer, frente as esquinas da vida , cercada de paranóias , devaneios ,comodismos e preguiças . Andei pensando coisas. O que é raro, dirão os irônicos.Pensamentos mirabolantes , reinventados diariamente, tais quais enredos de novela das 20hs.

Ando com a memória do coração pregando suas peças, cheia desses desesperos de gente grande sabe?Serei, mais um capitulo de alguma tragédia contemporânea?

Acho que não, pra ser sincera, ta mais pra comédia da vida privada, licença poética, poesia sem rima, métrica incerta.A gente acaba se reinventando pra viver nesse tempo errado.Não sou mulher de flores, não ando com reflexos de carência, acho mesmo que vivo num roteiro fixo, transitando minuciosamente entre bandidos e mocinhos .

Por incontáveis 5 segundos, tenho absoluta certeza que já conheço o meu último capitulo. Sentimentos de revelia vem a tona , talvez culpa ou obviedade de instintos e condutas ?

A grande ironia disso tudo é que eu não sei, não tenho a mínima idéia , acho que a vida fica mais irresistível por conta do incerto .Trato á vida como trato os meus discos do Chico Buarque, Billy Holiday ,Caetano... De forma imprudente, mas sem estreitar a alma. Estranhamente continuo procurando todas essas sensações , esses orgasmos de vida que se não fossem tão prazerosos me arrancariam absolutamente o tesão de viver.



domingo, 3 de outubro de 2010

Efeitos secundários da poesia


Acho que nasci de uma gestação convencida e articulada por rótulos e arquivos ;os meus fantasmas; Os quais, durante os 9 meses de incubadora materna foram substituídos por projeções, adormecendo os meus medos com ansiolíticos, adiando os novos com contraceptivos.

Nasci, ou como os mais entusiasmados estreei, certa de que transformara os meus anseios em neblinas. Uma liberdade ridiculamente ilusória, acredito eu, mas todos sabemos que a ilusão também salva; Dentre as milhares de novidades vistas sobre os meus pequenos e embassados olhos, encantei-me com as cores “almodovianas”da minha terra,e aprendi desde então, que precisamos criar a capacidade de apreciar a beleza; é preciso um método, e não um sentir tudo de todas as maneiras.

Desde a defesa do meu anonimato, fui uma criança no inverso de um espelho real, menos corpo e mais alma.Um ser falante um tanto franzina, dessas complicadinhas sabem?Eu andava atrás de mim, sempre atrás de alguma coisa. Estamos, portanto, no plano dos valores infantis.Gostava de ter à distância como parceira, acho que veio daí o meu problema com lugares e pessoas longínquas, com todas as ramificações e contradições do verso.

Fase das mais inesquecíveis, dos banhos de rio, das imersões no mar, dos galhos das arvores, das amizades sem rótulos ou pré concepções.Na verdade acho que nunca devíamos crescer o suficiente para deixarmos de dormir com as nossas amigas, sem malícia, somente ternura.

Como um raio atravessei ilesa essa fase, somente com alguns arranhões e algumas noites e melodias encantadas.Uma época mágica e estranha,ainda o que existiu de mais inovador, era uma tal estabilidade perturbadora.Todos os meus amores foram prematuramente submersos em algumas faces camadas e labirintos.Dei-me a vertigem de pecar.O meu mundinho então ganhou trilha sonora, transcendendo os meus rocks e as minhas bossas.

Teletransportada para a órbita de alguns anos de desequilíbrio,enfrentei alguns complexos e cheguei ao futuro que me parecia mais destilado.Andei um tempo incitando diminutivos, onde a solidão era um esplendoroso alivio, um alento.Nossa como eu quero tudo,tantas coisas, inúmeras, só acho uma pena eu não saber a ordem dos meus desejos.


Estou apenas a contar-te como é que me sinto.Acho que preciso de um coração novo. Um coração com menos entulho, menos barulho, cheio de sutileza e autodedicação.Cara, acordei com uma brutal dor de cabeça. Logo agora que eu ia ser feliz.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Altas Doses


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Altas doses!
por Clarissa Perna Filgueiras, quarta, 1 de setembro de 2010 às 19:52

Deitada na rede, ao balanço do vento , confusa com minha própria subjetividade, sentindo a brisa leve do mar, como pode ser tão belo e perturbador?Penso eu, que ando vivendo como ele,suas ondas são o intervalo do que eu desejo ser e do que os outros querem que eu seja.



Vez ou outra, a máxima " e todos viveram felizes para sempre" sobrevoa meus pensamentos, e nesse fim de tarde pousou aqui. Utopia,talvez? Não quero semear a discórdia dos românticos assumidos , mais não existe esse negócio de princípe e nem de princesa encantada.Anda meu povo, acorda!E tem mais, acho ridículo esse papo de relacionamento. Amorzinho? Olho no olho?Deus me livre!



E vc ai, ta me julgando porque? A vida anda conforme o movimento, seja qual for a sua história. Almas gêmeas? Futuro? Romance? Manoel Carlos?Todas coisas tangíveis mais não reais.Sonhos interrompidos, amores mal resolvidos , detalhes desapercebidos, sem magia, sem revolução.A paixão é irmã da estética, até o mestre Vinicius de Moraes pediu desculpa as feias , dizendo que beleza é fundamental.Olhe a sua volta , precisamos do genuíno exercício da tolerância, com doses exageradas de álcool, contando com a própria sorte, frente a uma conspiração de depenências emocionais.



Eis aqui um desabafo! Me acha seca? Dura?Pseudo pessimista?Saiba que esse papo de inimiga número um dos relacionamentos é só BLEFE.Também sou do tipo que quer um amor pra vida toda, quer viver contos de fada, pequenos casinhos, quer conquistar os coraçoes ímpares e os pares também, nescessito de extase.



Mas falo por mim,um mero clichê.Então acalma o coração mocinha,dedique-se as pessoas de forma real, doe-se, corra todos os riscos.Seja qual for a história e a qualquer tempo, ENTREGUE-SE. Vou indo aqui, porque a maré está subindo, e só por hoje preciso tomar minha dose de AMOR

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Despertando mais uma vez...


http://www.youtube.com/watch?v=P9lvAQdFwyM (leia escutando)

Hoje acordei, e como todas as manhãs nos 365 dias desse mesmo ano,segui a risca o mesmo ritual.Despertador ensurdecedor, e numa tentativa frustrada de auto engano, me dou mais 10 minutos de sono, um mundo letrado ganha cheiro e cor, incrível como nesse tempo minúsculo em que a gente tenta dormir mais um pouco é que os melhores sonhos acontecem. .

Háaaaaaaaaaaa os sonhos, te apavora estar sobre as nuvens?O cara lá de cima estava inspirado quando os criou, acho mesmo que foi intencional, uma forma direta de dar recados , prever acontecimentos ou mesmo como no meu caso, sonho eterno, acordado, deixando alegre o restante do meu dia .


Eis me aqui, seguindo todos os infinitivos verbos peculiares a ele, abro os olhos e me sinto viva ,impulsiva, destemida, inconseqüente... Sinto que posso. Faço. E quero. Ah se quero. Tal qual uma metáfora, meus olhos estão abertos, volto a enxergar as tonalidades.

Abro o chuveiro e me delicio com o toque daquelas gotas quentes d’água , mostro-me nua e não crua. Tão contraditoriamente ,meu coração vagabundo desperta pro dia, pronto pra guardar o mundo. Fico tão perdida que me encontro sem meios porquês, renovada para experimentar as coisas mais insanas possíveis, rindo, da minha própria distração, disponibilidade e vagueza.

E com meus tantos bloqueios, me entrego ao sabor e ao calor da curtição, vejo um mundo maravilhoso de cores depois da janela. Foram- se os risos espalhafatosos, ficou o trivial e refinado, é desse jeito que meu dia insiste sempre em terminar ,sutil, sem movimentos calculados ou premeditados.Uma pré nostalgia com o entardecer, que surge e ressurge do caos , da poeira, das praias de nudismos, ando por todos os cantos e pela lei natural dos encontros, me renovo ao ponto, de nascer amanha mais uma vez.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

leia o texto do post anterior escutando....

Leiam os posts anteriores escutando a música..;)

http://www.youtube.com/watch?v=nN5mx6-U7HE

FUSION- JORGE DREXLER

Biografia desestruturada

São 5 horas da manhã de uma noite fria, feito milhares de outras noites. A luz de velas sobre uma neblina asfixiante ao som de um blues carregado e apenas o silêncio e o cigarro como companhia.

Lendo cartas de amor estúpidas dos relacionamentos que só serviram pra me sugar a alma. Passo os olhos num envelope vermelho sangue, e tiro de dentro dele uma lista de nomes, homens e mulheres; Marcos, João, Mario, Edu...em comum? Todos, conquistas passadas, encontros marcados previamente...sexo descompromissado, ao som do Chico, jantares pudicos cheios de alma, encontros e desencontros, telefonemas varando as madrugadas ,além das habituais poucas expectativas.

Lembro-me de violentar todos os meus gostos, de matar as vontades que alimentavam essa inquietude, de ter os meus sentidos ofuscados por gestos, cheiros e temperamentos diferentes.Lágrimas derramadas, por anos de boemia sem razão , de auto proteção trucidante, de relações superficiais terminadas sem peso e de uma tal liberdade tratada como prioridade, matando todas as possibilidades de novos encontros.

Já são 10 de uma manhã, que cisma em nascer trazendo raios que me cegam os olhos e o meu bendito ócio sendo novamente frustrado,e pego mais um cigarro, preciso amenizar essa pulsante realidade ensolarada .

Nós, eu e as minhas lembranças, imersos sob pilhas de cartas e livros, perdendo o freio, perdendo o senso,perdendo a paz....Então subtamente acordo do marasmo que repentinamente me consumia, vomito no caderno o resto da minha poesia , largo ali as minhas impressões e memórias, tal qual a dor de se poupar por medo e depois notar se dando de graça pra tantas outras pessoas ...

Meus caros abram as suas janelas, que hoje tem sol. Depois das erupções e dos terremotos da minha alma, aprendi que eu não preciso fugir de mim pra me encontrar, afinal já perdi tanta gente por puro medo de perder...Vou indo daqui, o dia é longo e o meu biográfo está esperando uma atitude minha pra escrever mais um capítulo do livro da minha vida....

Metricamente imperfeita..

Nada ficou no lugar, fins são sempre uma violação ao bom senso, uma espécie de calmaria cheia de tempestade..

Derramo a minha poesia na saudade que eu tenho do fim que ainda não chegou, do começo que já terminou, de um filme num close pro fim.

Lapidando os pensamentos mais sórdidos dentro de mim... Quando um sentimento insiste em pousar aqui por muito tempo..vou logo tratando de expulsa-lo , antes que o meu controle seja nulo sobre ele.

Arranco o orgulho arraigado em mim, pra admitir que isso aqui é só armadura..é só válvula de escape pra uma métrica muito mais perfeita..se é que me entendem..

Inoportunamente bem vindo..

Sabe aqueles dias...de música dor de cotovelo....do relógio marcando sempre a mesma hora...da cama desarrumada...Meus dias têm amanhecido nesse tom..um azul meio borrado ...meio sem graça..

Instintivamente os meus pensamentos trilham um rumo só... um ser desconhecido...alguma coisa que sempre me tira dessa inércia...um toque fulgaz...delicado e sacana ...

Logo eu ..teoricamente durona...inóspita e míope, não posso acreditar que exista nesse mundo alguma coisa capaz de derreter o gelo que me protege, tal qual uma redoma, de todas as outras pessoas.Provavelmente você nunca saiba o quanto ousei te querer, e talvez continue sem saber disso.

Permanecerei aqui num crepúsculo constante, com uma garrafa de vinho,ao som das cordas do seu violão.Tentando entender como você pode ao mesmo tempo ser tão bem vindo e tão inoportuno..

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Forúm de emoções

Fico aqui, assim. Teoricamente sentada..um tanto ausente, olhando mais uma pilha de processos infindáveis crescer.Um arco-íres de problemas, de vidas perturbadas, de passados inquietantes e presentes que já começaram errado.

Quase como uma psicóloga , torno a escutar e escutar dezenas de milhares de histórias, de assistidos pontuais,gosto disso parece que finalmente sei fazer como ninguém algo nessa vida.Faço questão de estar de plantão naquele santo lugar, se num dia cheio de perguntas que precisam de solução, em outro algumas respostas a serem fielmente repassadas.

Ali renovo outra vez que sempre estarei a espera de algo..Dentro de mim existe uma vontade de satisfazer vontades, tão essencias pra essas pessoas,penso sempre que alguem esta vivendo por ai com o mesmo sentimento, não sou a favor das máximas populares, mais acredito que ajudar o proximo é matéria de salvação.

Acordo desses pensamentos utópicos, quando ja compensei todas as merdas do mundo fazendo tudo, ou qualquer coisa ,e dou conta que não tenho resolvido metade dos meus problemas , num gesto intempestivo, volto a pensar nas estantes empoeiradas cheias de ações,sem texto, sem par e sem protagonista, fazendo-me vilã, cruelmente insensivel a dor alheia.

Querendo no íntimo manter a ferida em carne viva , a cicatriz aberta, tenho sede de emoções, na rotina desses desencontros,preciso acreditar que não existem armadilhas para aqueles que tem sede de afeto, eu finjo ter paciencia.

É um instinto defensor ,germinando algumas perspectivas,expondo pilhas de processos cheios de poeira...apagando anos de monstros e caraminholas. Ao primeiro impulso de limpeza, saltarão aos meu olhos cores vivas, que querem ser tocadas, descobertas, prestes a mais uma vez tornarem-se a ponte dos problemas alheios com os meus romanticos dessabores...