sábado, 16 de agosto de 2014

Arrepios






A tua presença, os teus afagos, teus olhos, mãos e lábios. Mansinho...seu queixo, seu texto e aquela flor. Espaçoso que só, chega e invade as minhas entranhas mais íntimas com as suas vírgulas, e eu te envolvo com as minhas reticências milimetricamente colocadas entre você e o meu pescoço.
O mar, nós dois e o nosso carnaval.  Gosto de virar confete na disritmia do seu colo inconsequente. Gosto das suas cheganças sacudindo meu sono manso e sequestrando meu fôlego com arrepios.

Hoje por favor, me espere acordado, levo sorrisos, mordidas e uma vontade louca de derrubar essas prateleiras, essas vergonhas e o nosso pudor.

                                                                                                           Clarissa Perna

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Sobre o Tempo



Sobre o tempo? Mais parece uma brisa, um reflexo de eternidade. E de repente, nós viramos o reflexo da nossa coragem. 

Sou o resultado de inúmeras percepções, de algumas andanças e de muitos encontros desencontrados. Que não por coincidência, desencadearam em mim cuidados e observâncias fundamentais para acomodar as peripécias da memória.

Deixo o tempo fazer a parte dele com o meu reflexo. Caso o mar acalme, caso o vente pare, caso o meu coração dispare, justifico ao tempo.  - Sou inteira composta de urgências.   


Clarissa Perna 

segunda-feira, 24 de março de 2014

ENSAIO SOBRE A SAUDADE







http://www.youtube.com/watch?v=puX6-W2IQYs Luzes da Cidade / Marcelo Camelo



Feito chuva, te vi caindo poesia em uma tarde púrpura. Teoremas e inquietações, de pés e cabeças nas areias de uma praia qualquer. Pé no pé. Vontade. Espera. Poesia de um fim de semana nos braços do Caetano. Afeto sem pressa e sem vírgulas. Chico como testemunha dos nossos passos, nas terras vermelhas do Cipó.
Desbravamos cachoeiras e corpos, copos e vontades, que nós nem mesmo sabíamos que existiam.
Março findando, abraçamos mais uma vez a nossa tempestade cercada de paz por todos os lados. No mesmo tom, eu e a saudade. Esse carinho Sinhá, me tomou pelo peito, pediu abrigo e morou. Clarissa Perna