segunda-feira, 29 de outubro de 2012

BOSSA QUASE NOVA







Que eu não tenha receio de mergulhar em uma história bonita. Não existe certeza pra nada na vida, não existe garantia para amor nenhum.

Que eu entenda que não há saída para a maturidade. Se eu não for protagonista da minha vida, o enredo dos dias decide os próximos capítulos por mim.

Que eu não desperdice energia onde não precisa. Que eu não faça projeções da vida, sejam elas de um passado que me atormenta ou de um futuro que eu não vivi.

Que eu aprenda a dizer “sim” ou “não”, sem esperar nada em troca. Ser generosa com a verdade e simplesmente me posicionar. ”Talvez”, é desculpa dos que se recusam a sair do lugar.

Deu vontade do meu aconchego, de fazer da vida o meu samba-enredo. Em cada gesto de afeto, o pôr do sol procurando teto, coração atento, prosa e alento pro que há de vir.

Desejo a emancipação de todas as mágoas, de todas as taras, de todo prazer. A veia quente pulsando em notas, uma bossa que é nova na vontade de viver.

Clarissa Perna 

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Urgências imediatas








(...) Encantadora mesmo é essa coisa de vida. Feliz aquele que vê a felicidade do outro sem ter inveja. Bendita a paz capaz de harmonizar as urgências mais imediatas. Perto do sentido incompreendido das coisas, aceito e agradeço essa transcendência cada vez mais necessária de sorrisos mansos e abraços demorados.

Então em meio aos meus delírios internos constato: A vida é tão boa quando a gente permite que o amor saia pelos poros (...)

Clarissa Perna Filgueiras

Medo de mudar







Muda-se o nível social, o país, o estado civil, até os planos mudam. O sol escaldante de hoje, meses depois vira frio, o grande amor de hoje em um cliq
ue é amigo. Até a natureza tão equilibrada em sua perfeição, muda.

-E por que esse medo de mudar menina? Mudar faz ventar, faz tecer oportunidades. Sei que às vezes quanto mais as coisas mudam, mais elas permanecem as mesmas. Mas em outras, a vida toma uma direção tão surpreendentemente deliciosa que a mudança vira superação, vira gratidão.

Me de à mão garota e segura firme, bem apertado, feito nó cego. Acredita em mim, mesmo que a esperança vire agulha perdida na areia. Eu te retribuo com o coração escandalosamente inteiro.

Não esquece não viu, somos um retorno constante ao ponto de partida. Ou nos adaptamos às mudanças, ou ficamos ali, parados, esquecidos feito jornal do dia anterior.

Vamos firmar um acordo então menina? Sincroniza seus passos com os meus e acredita na revolução que a mudança pode proporcionar. Sai desse estado de inércia sufocante e vem, que quando o sol chegar a gente muda mais um pouco.

Clarissa Perna Filgueiras