domingo, 11 de março de 2012

Poesia da falta



"Gosto de borboletas.
Me fazem lembrar que na vida,
tudo se transforma.
Sempre."

http://www.youtube.com/watch?v=0FnfIIXfQcM (escutem)



Um hábito não é uma necessidade,
é o virtuoso acaso do aconchego ,
desenterrando ventanias de maledicências,
dos afagos tomados de medo.

Rimas e cicatrizes retalhadas,
de uma ferida ainda em carne viva,
coração de nuvens negras carregadas,
um casulo de sutilezas feridas.

A bossa de um regresso antecipado,
o recomeço de quem já desistiu,
a presença antes de virar falta,
o caos fingindo que não viu.


Clarissa Perna

domingo, 4 de março de 2012

Entrelinhas




"Eu sempre espero uma coisa nova de mim, eu sou um frisson de espera - algo está sempre vindo de mim ou fora de mim."(Clarice Lispector - Um sopro de vida)


Comecei a crer no poema vivido.
Na antítese das palavras virei MAR.
Escrever é o ato mais profundo que posso fazer,
depois de aMAR.

Descobri que o coração realmente pensa.Como se sentisse.
Gosto das suas arritmias inconformadas.
De quem morre todos os dias de amor
e no amanhecer sobreVIVE.

Nas entrelinhas da vida, estou aprendendo a ser esse MAR. Li dia desses que "é necessário certo grau de cegueira para poder enxergar determinadas coisas". Sigo nesse exercício – que é de sabedoria, mais que de força. Diariamente olho pro céu e invento uma nuvem que chove levezas, bem em cima de mim...